200 Anos da Faculdade de Medicina da Bahia
Edital: nº4
Arte: Maria Maximina
Processo de Impressão: Ofsete
Folha: 30 selos, sendo 15 de cada motivo
Papel: Cuchê gomado
Valor facial: 1º Porte Carta Comercial
Tiragem: Faculdade de Medicina da Bahia: 300.000 selos;
Picotagem: 11,5 x 12
Área de desenho: 35 mm x 25 mm
Dimensões do selo: 40mm x 30mm
Data de emissão: 18/2/2008
Locais de lançamento: Salvador/BA
Tiragem: 10.000
Impressão: Casa da Moeda do Brasil
Versão: Departamento de Filatelia e Produtos/ECT.Internacionais/ECT.
SOBRE O SELO
Na imagem do selo da Faculdade de Medicina da Bahia, é retratado o suntuoso prédio em tom bicolor amarelo e marrom, remetendo às tradições da Instituição, e o Elevador Lacerda, marca inconfundível da cidade de Salvador. Os fortes tons de cor são referência à cultura baiana.
O selo apresenta como elemento a coroa que representa Portugal, um trecho da citação do Juramento de Hipócrates e a presença do símbolo da Medicina, personificado no bastão envolto pela serpente. Tradição e modernidade se complementam, representadas pela coroa, pelo símbolo da Medicina e pelas linhas arquitetônicas. O tom de cor graficamente esmaecido denota a passagem do tempo, e a tarja vertical destaca o bicentenário da Instituição. Foi utilizada a técnica de computação gráfica.
200 Anos da Chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil:200 Anos da Faculdade de Medicina da Bahia
Como colônia de Portugal, o Brasil permaneceu mais de 300 anos sem autorização para oferecer cursos superiores. Só em 18 de fevereiro de 1808, com a criação da primeira escola médica do País, em Salvador, Bahia – a Faculdade de Medicina da Bahia –, o Príncipe Regente, D. João, deu início ao fim do bloqueio educacional que impedia o desenvolvimento da nação.
Foi com a escola médico-cirúrgica da Bahia que começaram a florescer o ensino, a ciência e a cultura no então império tropical português. Nesses 200 anos, a Faculdade de Medicina da Bahia foi a primeira a semear o desenvolvimento da arte médica no País.
A participação de seus funcionários, estudantes e professores em momentos históricos importantes para o Brasil deu origem, ainda no século XIX, às primeiras Ligas Acadêmicas e aos primeiros Grupos Associativos do Movimento Estudantil, propulsores dos embates em prol do fim da escravidão, da defesa do ideário republicano e da recuperação do Estado de Direito, sempre que as liberdades democráticas foram usurpadas.
Esse engajamento levou à invasão da sede mater da Faculdade de Medicina da Bahia por tropas governamentais, em 22 de agosto de 1932, o que não impediu a sua ativa participação na campanha o “Petróleo é Nosso”, na resistência ao Golpe de 1964 e, nos anos 80, no movimento universitário pela reconstrução da Democracia.
O voto feminino também foi uma das bandeiras levantadas pela Faculdade. Sua primeira docente, Dra. Francisca Praguer Fróes, liderou, nos anos 30, a luta por esse direito, sendo também uma das primeiras mulheres brasileiras a publicar artigos em revistas especializadas. Nesse aspecto, a Faculdade de Medicina da Bahia já havia sido inovadora, quando diplomou, em 1887, a primeira brasileira graduada no País em Medicina – Dra. Rita Lobato Velho Lopes.
Outros pioneirismos da Faculdade datam do início do século XX: o uso clínico dos Raios X no Brasil, com o professor Alfredo Thomé de Britto, e a implantação do Instituto Médico-legal da Bahia, mais tarde, Instituto Médico-legal Nina Rodrigues, em homenagem ao professor Raymundo Nina Rodrigues, fundador da Medicina Legal e da Etno-Psiquiatria no Brasil.
Apesar da importância desses acontecimentos, foi no final do século XIX que surgiu um dos movimentos científicos mais profícuos, a Escola Tropicalista Baiana. Grande parte de suas contribuições originais foram descritas na primeira revista especializada do Brasil, a Gazeta Médica da Bahia, criada em 1866.
Membro da Escola Tropicalista Baiana, o professor Manuel Pirajá da Silva, em 1908, descreveu as bases fundamentais para a caracterização do Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose. A descoberta foi essencial para o maior entendimento e controle dessa doença endêmica.
No entanto, o maior tributo da Faculdade de Medicina às futuras gerações foi ser a célula formadora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), fundada em 1946, que teve como primeiro reitor o principal incentivador da criação da Universidade, o diretor da Faculdade de Medicina da Bahia – professor Edgard Rego Santos.